segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A generosidade da boa educação

A generosidade da boa educação
Gabriel Chalita

Educar é conceder ao outro a possibilidade de sonhar, transcender, superar limites e desbravar novos horizontes em direção à sua própria história e à cidadania plena. Quem realmente educa colabora para a formação de uma sociedade culturalmente mais preparada, mais consciente, mais capacitada para criar e vivenciar experiências positivas e, por vezes, revolucionárias. 
A boa educação deve vir acompanhada de doses maciças de afeto, de compreensão e, sobretudo, do entendimento de que o educando é um indivíduo único, peculiar, dono de um universo rico e, por vezes, pouco explorado. Cabe ao educador, primeiramente, orientá-lo na busca incessante de toda essa riqueza interior para, só então, libertá-lo para voos mais altos. Mais precisamente, o voo infinito do aprendizado. 
Podemos sustentar a educação sobre três pilares: as habilidades cognitiva, social e emocional. A primeira delas corresponde à seleção de informações técnicas relativas a determinados temas. Demanda aprimoramento constante e capacita o indivíduo para o exercício pleno de uma profissão, por exemplo. A segunda habilidade, a social, tem sido cada vez mais exigida no mundo em que vivemos. Ela implica saber relacionar-se da melhor forma possível. Falar, ouvir, expressar-se com competência, ter capacidade para entender os problemas e as dores alheias. Na habilidade social, o respeito pelo outro é um requisito fundamental. Vivemos em uma sociedade plural, multicultural, divergente, marcada pelas diferenças sociais, políticas e, principalmente, econômicas. As relações são difíceis e complexas, mas, mesmo assim, ninguém arrisca viver sem a presença do outro. Ser só é algo contrário à natureza humana. Por isso, transitar entre grupos variados e de realidades diversas de forma hábil é uma vantagem, um diferencial. 
No caso específico da educação e do universo que a compõe, podemos citar o comportamento do professor na sala de aula como exemplo de habilidade social. É preciso que ele esteja em total sintonia com os alunos e suas necessidades, evitando posturas autoritárias e repentes de superioridade. Tem de haver integração e um infinito respeito pela história pessoal de cada aprendiz. Já a habilidade emocional se constitui no principal elemento capaz de desenvolver o processo educativo. Ela visa à busca do nosso eu interior, do equilíbrio e do autoconhecimento. Por meio dela, as pessoas são capazes de acessar suas potencialidades, autoconfiança e energia para lutar sempre que for necessário. Não se intimidam frente às derrotas. Ao contrário, servem-se das experiências negativas para se fortalecerem e mudarem o rumo das coisas para melhor. A afetuosidade, apesar de ser condição imprescindível para uma boa educação, esbarra na necessidade de melhorarmos ainda mais o setor educacional no Brasil. O fato de sermos um país continental nos impõe desafios ininterruptos em diversas áreas, e a educação é uma delas. 
A educação é um processo contínuo que transcende os lares e os muros das escolas. Educar é dar oportunidades para as crianças e jovens expressarem sua criatividade, brincarem, ousarem. Vivemos uma época ímpar. A era da informação, da tecnologia, da rapidez dos processos. Presenciamos mudanças e revoluções diárias. O novo invade nossos lares e nos faz aprender a cada dia. Como educar crianças e jovens nessa roda-viva? Qual a melhor maneira de fazê-lo? Como prender sua atenção? Conquistar seus olhares curiosos que demonstram sede de conhecimento? As salas de aula serão páreo para a rapidez e as cores do games virtuais, dos computadores, dos programas televisivos? Encontrar as respostas para todas estas questões não será tarefa fácil, mas, certamente, teremos uma busca menos árdua se tivermos em mãos o mapa que nos levará a elas. Um mapa precioso que indica com riqueza de detalhes o caminho do afeto. Todos ganharemos com isso, como sinalizou nosso mestre, Paulo Freire: “A grande generosidade está em lutar para que, cada vez mais, essas mãos, sejam de homens ou de povos, se estendam menos, em gestos de súplica. Súplica de humildes a poderosos. E se vão fazendo, cada vez mais, mãos humanas, que trabalhem e transformem o mundo." 
Artigo divulgado na revista Profissão Mestre de junho de 2010 

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Bactéria que come arsênico

Bactéria que come arsênico abre nova perspectiva para vida fora da Terra


Sinais de que uma bactéria é capaz de substituir o nutriente essencial fósforo por arsênico - um elemento tóxico para a maioria das formas de vida conhecidas - expande o horizonte para a busca de vida fora da Terra, anunciam os cientistas que assinam pesquisa descrita no serviço online da revista Science, o Science Express.

Todas as formas de vida conhecidas até hoje - plantas, animais e micro-organismos - dependem de seis elementos químicos para construir as moléculas que compõem seus corpos: oxigênio, hidrogênio, carbono, fósforo, enxofre e nitrogênio. A bactéria descoberta pela equipe de cientistas liderada por Felisa Wolfe-Simon, da Pesquisa Geológica dos Estados Unidos, seria a primeira exceção conhecida à regra.

Não se trata de uma exceção trivial: o fósforo faz parte da estrutura do DNA e é um componente do ATP, a molécula usada para transportar energia no metabolismo celular.

Batizado de GFAJ-1, o novo organismo foi encontrado em sedimentos do Lago Mono, da Califórnia. O lago é extremamente salgado e conta com níveis elevados de arsênico, um elemento que fica logo abaixo do fósforo na Tabela Periódica.

'A vida como a conhecemos requer alguns elementos químicos em particular e exclui outros', disse, em nota divulgada pela Universidade Estadual do Arizona, um dos coautores do estudo, Ariel Anbar. 'Mas seriam essas as únicas opções? Como a vida poderia ser diferente?'

Um dos princípios da busca por vida em outros planetas, acrescenta Anbar, é que os cientistas devem 'seguir os elementos'. 'O estudo mostra que temos de pensar melhor em que elementos seguir', acredita.

A ideia de que arsênico poderia substituir fósforo já havia sido apresentada por Felisa, Anbar e por Paul Davies - que também assina o artigo na Science Express - em trabalho publicado em 2009 no International Journal of Astrobiology.

'Nós não apenas sugerimos que sistemas bioquímicos análogos aos conhecidos hoje poderiam usar arseniato (composto de arsênico e oxigênio) no papel equivalente do fosfato', diz Felisa. 'Mas também que esses organismos poderiam ter evoluído na Terra antiga e persistir em ambientes incomuns até hoje'.

A pesquisa foi feita em parceria com a Nasa. O anúncio de que a Science desta semana traria um artigo patrocinado pela agência espacial sobre astrobiologia - a ciência que explora as possibilidades de vida fora da Terra - causou uma onda de boatos na internet, sobre a possível descoberta de alienígenas. A descoberta

Depois de recolher lama do fundo do Lago Mono - que é três vezes mais salgado do que o oceano - os pesquisadores passaram a cultivar, em laboratório, os micróbios extraídos dali, usando uma dieta onde entravam doses crescentes de arsênico.

A taxa de arsênico em relação a fósforo no meio de cultura foi sendo ampliada paulatinamente, com a transferência de populações de bactérias para meios cada vez mais pobres no elemento tradicional da vida e cada vez mais ricas no material tóxico, até um ponto onde qualquer bactéria que ainda estivesse produzindo DNA, ATP e outras moléculas que dependem de fósforo fosse forçada a usar arsênico no lugar - ou morrer.

Quando o microscópio revelou que havia micróbios vivos mesmo no meio de cultura mais concentrado, uma série de análises delicadas foi realizada para determinar se o arsênico estava mesmo sendo utilizado como 'material de construção' pelas bactérias.

Os testes revelaram que o arsênico estava realmente dentro das células. Depois, com o uso de material radiativo baseado em arsênico, os cientistas conseguiram encontrar sinais do elemento em fragmentos de moléculas de proteína, gordura e material genético.

Aprofundando a análise, a equipe determinou a presença de arsênico no DNA purificado das bactérias. Testes com raios X de alta intensidade indicaram que o arsênico presente ali estaria cumprindo uma função química, dentro da molécula de DNA, análoga à do fósforo.

Davies, um físico que vem se especializando na questão da busca por vida extraterrestre, acredita que o micróbio GFAJ-1 é apenas 'a ponta do iceberg'. 'Isso tem o potencial de abrir um novo domínio na microbiologia', disse ele, também por meio de nota. Felisa acrescenta: 'Se uma coisa na Terra pode fazer algo tão inesperado, o que mais a vida pode fazer que não vimos ainda?'

Outros cientistas, no entanto, preferem manter cautela e esperar por mais provas de que a bactéria faz tudo o que seus descobridores alegam. Ouvido pela revista Science, o microbiólogo Robert Gunsalus, da Universidade da Califórnia, afirma que 'ainda há muito a fazer antes de pôr esse micróbio no mapa da biologia'.



http://estadao.br.msn.com/ciencia acesso em 02/12/2010.

Olimpíada Pernambucana de Química -2010

Parabenizo aos estudantes da Escola de Referência em Ensino Médio de Arcoverde pelo sucesso alcançado na OPEQ/2010.

1º ANO: Menção Honrosa
I-Samuel Gonçalves Freitas Baltazar               Nota: 5,66
II-Manuela de Siqueira Freire                         Nota: 5,04

2º ANO: Medalha de Bronze
I- Weverton Carlos da S. Teixeira                  Nota: 7,12

3º ANO: Menção honrosa
I- José Matheus Bezerra dos Santos Amorim  Nota: 5,76